A coordenação motora é definida como a capacidade de usar de forma eficiente os músculos do corpo obedecendo aos comandos que o cérebro envia. É a capacidade do corpo humano em realizar movimentos articulados, que resultam na interação entre os sistemas, como o muscular, esquelético, nervoso e sensorial.
E a coordenação motora na Educação Infantil, é trabalhada e desenvolvida de zero até os seis anos de idade. A criança, desde seu nascimento, responde aos estímulos de várias formas, e cabe ao educador, trabalhar a motricidade da criança, que nada mais é, do que a expressão de ações e gestos voluntários, que vão se desenvolvendo conforme a criança cresce.
No ambiente escolar, as atividades propostas devem ser bem elaboradas, além de desenvolverem nas crianças as suas habilidades motoras, proporcionando a aceitação, a participação e a evolução emocional e cognitiva. Além disso, também é trabalhado a psicomotricidade, formado por um conjunto, que trabalha três principais eixos: o social, o cognitivo e o motor.
QUAIS OS TIPOS DE COORDENAÇÃO MOTORA?
Dentro desse contexto, existem quatro tipos de coordenação motora: a geral, a específica, a grossa e a fina. Veja como cada uma delas funciona:
- Coordenação motora geral
Faz com que seja possível ter total autonomia e controle do próprio corpo, assim, controlando todos os movimentos, até os mais bruscos. A coordenação motora geral é essencial para que seja possível andar, rastejar, pular e fazer outros exercícios e movimentos do mesmo tipo.
- Coordenação motora específica
A coordenação motora específica, assim como o nome já diz, permite que seja possível controlar os movimentos mais específicos para realizar um determinado tipo de atividade. Como jogar futebol, basquete ou vôlei, é necessário a utilização de determinados membros e estímulos, utilizando coordenação diferenciada.
- Coordenação motora grossa
Essa coordenação é responsável por movimentos de maior utilização, envolvendo os grandes músculos. Pode usar braços, pernas ou o corpo inteiro, e é acionada com atividades físicas que necessitam de impulso e força, como saltar, correr, pular, subir escadas, e etc.
- Coordenação motora fina
A coordenação motora fina é responsável pela capacidade de usar de forma eficiente e mais precisa, os pequenos músculos que estão por todo o corpo, para que assim, eles produzam movimentos mais delicados e específicos que outros tipos de coordenação motora. É utilizada para escrever, recortar, digitar, dobrar e rasgar papéis, modelar massinhas, ligar os pontos, pintar, costurar e muito mais.
O professor de Educação Infantil, deve estudar e se aprofundar para conhecer bem todos os estímulos que devem ser usados, para desenvolver cada tipo de coordenação em seus alunos. Deve elaborar atividades que possam auxiliar em cada uma delas, usando músicas, danças, atividades gestuais, e tudo o que pode ser usado para estimular todas as partes do corpo da criança.
Além disso, é importante ressaltar que cada idade precisa de desenvolvimento de algum tipo de coordenação. Inclusive, no momento em que a criança já tem idade para ser alfabetizada, ela já deve ter o mínimo do domínio e compreensão da sua coordenação motora geral e fina, completando tarefas simples, como segurar o lápis corretamente, e conseguir guiá-lo, fazendo as curvas para escrever as letras.
COMO TRABALHAR OS TIPOS DE COORDENAÇÃO MOTORA DE ACORDO COM A IDADE DO ALUNO?
Agora que você entendeu um pouco melhor sobre cada coordenação motora, vamos entender o contexto de como cada uma delas podem ser aplicadas e trabalhadas, de acordo com a faixa etária da criança.
É preciso saber que se trabalha a coordenação desde bebê, pois a partir do momento que o bebê nasce, a cada dia, ele aprende e se desenvolve com seu próprio corpo. Lembrando que, tudo deve ser trabalhado conforme o tempo e as limitações de cada criança, respeitando as particularidades e o tempo de cada uma.
COMO FUNCIONA O DESENVOLVIMENTO DA COORDENAÇÃO MOTORA EM CADA FAIXA ETÁRIA:
- Bebês
- 2 meses
– Consegue juntar as mãos;
– Vira a cabeça e tenta levantá-la;
– Consegue perceber e procura da onde estão vindos os sons, ruídos, vozes;
Como trabalhar:
Promover atividades realizadas no chão (local apropriado) e usar brinquedos próprios para a idade. Como estimuladores, usar chocalhos, atividades no espelho, etc. Fazer massagens e ginásticas em seus membros, colocar o bebê de bruços, trabalhando a firmeza da cabeça e coluna. Tudo isso, irá induzir o bebê na utilização de seus primeiros estímulos, como mexer mãos, braços, pernas, e a cabeça, além de começar a prestar atenção nos sons e ajudar a estimular sua visão.
- 4 meses
– Já consegue segurar alguns brinquedos;
– Consegue movimentar seu corpo, virando a barriga para baixo;
– Tenta manter a cabeça firme quando está sentado;
– Consegue permanecer sentado com apoio.
Como trabalhar:
Utilize diversas brincadeiras e atividades. Como usar bambolês, brinquedos e objetos pendurados, para que o bebê tente alcançar e pegar com suas mãos, além de trabalhar a cabeça, que irá tentar manter firme. A parte visual também é importante, deixando bem colorido para chamar sua atenção.
- 6 meses
– Consegue passar o brinquedo de uma mão para a outra;
– Alcança e segura objetos;
– Já tem conhecimento de seus pés, e consegue tocá-los;
– Consegue pegar alimentos com a mão e levá-los até a boca;
– Levanta os braços, pedindo colo;
– Começa a conseguir sentar sem apoio;
– Eleva o tronco apoiado nas mãos.
Como trabalhar:
Use brinquedos apropriados para a idade, peças maiores e menores, brinquedos com rodinhas e sons, balões (tomar todo o cuidado necessário nessa atividade), objetos de diferentes tamanhos, e materiais desconstruídos, como potes, tampas, e atividades com alimentos (apropriados para a idade).
- 9 meses
– Consegue bater em objetos utilizando as duas mãos;
– Gosta de objetos que consiga segurar;
– Consegue sentar sozinho, sem ajuda de apoio;
– Já consegue engatinhar;
– Consegue se manter em pé, com algum apoio.
Como trabalhar:
Utilize e proponha atividades com objetos coloridos, bolas plásticas, fitas, brincadeiras de encaixe de peças, criação e utilização de tapete sensório motor, explorando as diferentes texturas. Pode-se usar objetos como tampas e potes plásticos, panelas, colher de maneira, caixas de papelão de diferentes tamanhos, é possível criar brincadeiras e atividades com diversos objetos.
- Crianças
- 1 a 2 anos
– Já consegue rabiscar papéis;
– Segura giz de cera usando a mão inteira;
– Pega pequenos objetos e colocam dentro de recipientes;
– Consegue empilhar blocos;
– Vira páginas de livros;
– Segura o talher e tenta comer;
– Consegue ficar em pé, sem ajuda;
– Aprende a andar e correr;
– Sobe escadas segurando no corrimão;
– Inclina-se para pegar objetos e volta na posição inicial;
– Inclina-se para frente em brinquedos, como cavalinhos e carrinhos;
– Arremessa e chuta bola, mas sem exatidão.
Como trabalhar:
Nessa idade, a criança já possui bastante avanço em seus movimentos e a sua coordenação motora está melhorada. É interessante promover atividades com o objetivo de trabalhar a coordenação motora fina, como brincadeiras de encaixes, colocar bolas em um determinado lugar, encaixar palitos dentro de algum objeto, argolas que devem ser encaixadas em alguma base, e muito mais.
- 2 a 3 anos
– Consegue fazer torres com vários blocos;
– Consegue recortar papel com tesoura (sem ponta);
– Faz traços simples e mais definidos com o giz de gera;
– Começa a traçar as letras do próprio nome;
– Consegue colocar miçangas em um barbante;
– Consegue pular com os dois pés;
– Equilibra-se em um pé só, por alguns segundos;
– Já consegue pedalar triciclos;
– Tenta arremessar bolas em um alvo.
Como trabalhar:
Nessa idade, já é possível trabalhar todos os tipos de coordenação motora, por isso, proponha atividades de pendurar objetos em varais, trabalhar com pinças, colocando objetos em determinados locais, passar por de baixo de objetos, como cadeiras, atividades com areia e condimentos, brincadeiras com tinta e papel, sempre utilizando diversos materiais, trabalhando o sensorial.
- 3 a 6 anos
– Consegue copiar linhas e formas;
– Segura o lápis ou caneta, usando os dedos com formato de pinça;
– Escreve o próprio nome;
– Consegue melhorar sua destreza e cortar formas com a tesoura, em cima da linha;
– Consegue se vestir de maneira independente;
– Consegue abotoar botões, fecha e abre zíper;
– Alterna os pés nas escadas;
– Consegue pular e ficar em um pé só por mais tempo;
– Arremessa e chuta bola com mais exatidão e força.
Como trabalhar:
Nessa idade, todas as coordenações já estão desenvolvidas, proponha atividades para trabalhar todos os membros, melhorando a força e destreza. Faça brincadeiras com alvo, pegue objetos em lugares mais altos, pular amarelinha, pular dentro de círculos, brincar com bolas e balões.
No geral, é possível adaptar diversas brincadeiras conforme a idade, e aumentar o grau de dificuldade. Lembrando que em todas as atividades propostas, deve-se trabalhar os diversos aspectos, cognitivos, motores, sociais e emocionais, assim, desenvolvendo a criança em um todo.
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